ne savent rien
sur la turgescence de l’autoroute A4.
Sur son odeur sauvage – de vieille putain
dont les yeux ont la couleur
de l’alcool médicinal –
odeur dans laquelle lévitent les routiers, le cou tordu,
et, comme une lèpre divine,
le niveau de vie.
Ils croient que la ville s’étend devant eux,
sa tête tranchée ricane sur le pare-brise.
(Mais ils ne voient pas, sur l’asphalte,
les hérons partir timidement à l’aveuglette,
s’acharner à faire sortir les sous coincés
dans le juke-box votif de la mort.)
Aux pompes, les recrues de l’essence rasent
les têtes des octanes.
Ils donnent un visage au coucher du soleil.
Ouvrent de leur couteau les jointures de la porte
et leur cou glisse sur la lame d’acier.
Et ceux qui s’en vont et ceux qui viennent
ne savent rien
sur la turgescence de l’autoroute A4.
Ils vivent un simple effet de tunnel."
Linda Maria Baros.
"Aqueles que vêm e aqueles que vão
nada sabem
sobre a turgência da auto-estrada A4.
Sobre o seu odor selvagem - de velha prostituta
cujos olhos são da cor
do álcool medicinal -
odor no qual levitam os camionistas, obstinados,
e que, como uma lepra divina,
eleva o nível de vida.
Acreditam que a cidade se espraia perante eles,
de cabeças cortadas sobre o pára-brisas.
(Mas eles não vêem, sobre o asfalto,
as garças partir, tímidas, no escuro,
como se tentassem retirar as moedas presas
na jukebox votiva da morte.)
Nas bombas, os recrutas do petróleo cortam
as cabeças das melhores octanas.
Dão um rosto ao pôr-do-sol.
Abrem com a sua faca as juntas da porta
e o seu pescoço desliza sobre uma lâmina de aço.
E aqueles que vão e aqueles que vêm
nada sabem
sobre a turgência da auto-estrada A4.
Passam por ela, como um simples túnel.
nada sabem
sobre a turgência da auto-estrada A4.
Sobre o seu odor selvagem - de velha prostituta
cujos olhos são da cor
do álcool medicinal -
odor no qual levitam os camionistas, obstinados,
e que, como uma lepra divina,
eleva o nível de vida.
Acreditam que a cidade se espraia perante eles,
de cabeças cortadas sobre o pára-brisas.
(Mas eles não vêem, sobre o asfalto,
as garças partir, tímidas, no escuro,
como se tentassem retirar as moedas presas
na jukebox votiva da morte.)
Nas bombas, os recrutas do petróleo cortam
as cabeças das melhores octanas.
Dão um rosto ao pôr-do-sol.
Abrem com a sua faca as juntas da porta
e o seu pescoço desliza sobre uma lâmina de aço.
E aqueles que vão e aqueles que vêm
nada sabem
sobre a turgência da auto-estrada A4.
Passam por ela, como um simples túnel.
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