Der Panther
Sein Blick ist vom Vorübergehn der Stäbe
so müd geworden, dass er nichts mehr hält.
Ihm ist, als ob es tausend Stäbe gäbe
und hinter tausend Stäben keine Welt.
Der weiche Gang geschmeidig starker Schritte,
der sich im allerkleinsten Kreise dreht,
ist wie ein Tanz von Kraft um eine Mitte,
in der betäubt ein großer Wille steht.
Nur manchmal schiebt der Vorhang der Pupille
sich lautlos auf -. Dann geht ein Bild hinein,
geht durch der Glieder angespannte Stille -
und hört im Herzen auf zu sein.
A pantera
O seu olhar a ver passar as barras
Ficou já cansado que não segura nada.
Parece-lhe como se houvesse mil barras
E por trás dessas barras não houvesse mundo.
O suave andar de passos fortes,
Que anda à volta no circulo mais pequeno,
E como uma dança de força à volta de um centro,
Em qual está anestesiada uma grande vontade.
Só por vezes se arruma a cortina do olhar
Sem um som - E entra uma imagem
Passa pelo tenso silêncio do corpo
E deixa de ser no coração.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
The ballad of Ira Hayes/ A balada de Ira Hayes.
Gather round me people and a story I will tell
About a brave young indian you should remember well
From the tribe of pima indians, a proud and a peaceful band
They farmed the phoenix valley in Arizona land
Down their ditches for a thousand years the water grew Ira's people crops
Till their white man stole their water rights and the sparkling water stopped
Now Ira's folks were hungry and their land grew crops of weeds
But when war came he volunteers and forgot, the white man's greed
Call him, drunken Ira Hayes, he won't answer anymore
Not the whiskey-drinking indian or the marine who went to war
Yes, call him, drunken Ira Hayes, he won't answer anymore
Not the whiskey-drinking indian or the marine who went to war.
[Refrain]
They started up Iwo Jima hill, 250 men
But only 27 lived to walk back down that hill again
And when the fight was over and the old glory raised
One of the men who held it high was the indian Ira Hayes
[Refrain]
Now Ira returned a hero, celebrated throughout the land
He was wined and speeched and honoured, everybody shook his hand
But he was just a pima indian, no money crops, no chance
And at home nobody cared what Ira had done and the wind did the indian's
Dance
[Refrain]
And Ira started drinking hard, jail was often his home
They let him raise the flag there and lower it like you'd throw a dog a bone
He died drunk early one morning, alone in the land he had fought to save
Two inches of water in a lonely ditch was the grave for Ira Hayes
[Refrain]
Yes, call him, drunken Ira Hayes, but his land is still as dry
And his ghost is lying thirsty in the ditch where Ira died
[Refrain]
About a brave young indian you should remember well
From the tribe of pima indians, a proud and a peaceful band
They farmed the phoenix valley in Arizona land
Down their ditches for a thousand years the water grew Ira's people crops
Till their white man stole their water rights and the sparkling water stopped
Now Ira's folks were hungry and their land grew crops of weeds
But when war came he volunteers and forgot, the white man's greed
Call him, drunken Ira Hayes, he won't answer anymore
Not the whiskey-drinking indian or the marine who went to war
Yes, call him, drunken Ira Hayes, he won't answer anymore
Not the whiskey-drinking indian or the marine who went to war.
[Refrain]
They started up Iwo Jima hill, 250 men
But only 27 lived to walk back down that hill again
And when the fight was over and the old glory raised
One of the men who held it high was the indian Ira Hayes
[Refrain]
Now Ira returned a hero, celebrated throughout the land
He was wined and speeched and honoured, everybody shook his hand
But he was just a pima indian, no money crops, no chance
And at home nobody cared what Ira had done and the wind did the indian's
Dance
[Refrain]
And Ira started drinking hard, jail was often his home
They let him raise the flag there and lower it like you'd throw a dog a bone
He died drunk early one morning, alone in the land he had fought to save
Two inches of water in a lonely ditch was the grave for Ira Hayes
[Refrain]
Yes, call him, drunken Ira Hayes, but his land is still as dry
And his ghost is lying thirsty in the ditch where Ira died
[Refrain]
Song by Peter Lafarge.
Covers of this song were made by such man as Bob Dylan or Johnny Cash.
Covers of this song were made by such man as Bob Dylan or Johnny Cash.
Juntem-se à minha volta, e eu uma história eu irei contar
Sobre um corajoso jovem índio de que se devem lembrar bem
da tribo dos Índios Pima, uma orgulhosa e pacífica irmandade
Que cultivou o vale de Phoenix por terras do Arizona
Pelas suas covas, durante milhares de anos, a àgua cultivou as colheitas do povo de Ira
Até que o Homem Branco roubou os seus direitos e a água parou
Agora, os companheiros de Ira estavam esfomeados e as suas quintas ganharam ervas daninhas
Mas quando a guerra veio, ele voluntaria-se, e esquece a ganância do Homem Branco.
Chamem-no, bebâdo Ira Hayes, ele não responde mais
Não o índio que bebia wishky, ou o marinheiro que foi para a guerra
Sim, chamem-no, bebâdo Ira Hayes, ele não responde mais
Não o índio que bebia wishky, ou o marinheiro que foi para a guerra
[Refrão]
Começaram na colina de Iwo Jima, duzento e cinquenta homens
Mas apenas vinte e sete sobreviveram para descer a colina outra vez
E quando a batalha acabou e a "Old Glory" foi levantada
Um dos homens que a levantou bem alto foi o índio Ira Hayes
[Refrão]
Agora, Ira regressou um herói, celebrado por todo o País
Foi brindado, fizeram-lhe discursos, foi honrado, todos o cumprimentaram
Mas ele era apenas um índio Pima, sem água, sem colheitas, sem sorte
E, em casa, ninguém se preocupava com o que Ira tinha feito e o vento fez a dança
índia.
[Refrão]
E Ira começou a beber muito, a cadeia era muitas vezes a sua casa
Deixaram-no levantar a bandeira lá e baixá-la como se atira um osso a um cão.
Morreu bebâdo, cedo, numa manhã, sozinho na terra que tinha lutado para salvar
Dois dedos de água numa cova solitária foi a sepultura para Ira Hayes
[Refrão]
Sim, chamem-no, bebâdo Ira Hayes, mas a sua terra continua tão seca como antes
E o seu fantasma está prostrado na sepultura onde Ira morreu
[Refrão]
Sobre um corajoso jovem índio de que se devem lembrar bem
da tribo dos Índios Pima, uma orgulhosa e pacífica irmandade
Que cultivou o vale de Phoenix por terras do Arizona
Pelas suas covas, durante milhares de anos, a àgua cultivou as colheitas do povo de Ira
Até que o Homem Branco roubou os seus direitos e a água parou
Agora, os companheiros de Ira estavam esfomeados e as suas quintas ganharam ervas daninhas
Mas quando a guerra veio, ele voluntaria-se, e esquece a ganância do Homem Branco.
Chamem-no, bebâdo Ira Hayes, ele não responde mais
Não o índio que bebia wishky, ou o marinheiro que foi para a guerra
Sim, chamem-no, bebâdo Ira Hayes, ele não responde mais
Não o índio que bebia wishky, ou o marinheiro que foi para a guerra
[Refrão]
Começaram na colina de Iwo Jima, duzento e cinquenta homens
Mas apenas vinte e sete sobreviveram para descer a colina outra vez
E quando a batalha acabou e a "Old Glory" foi levantada
Um dos homens que a levantou bem alto foi o índio Ira Hayes
[Refrão]
Agora, Ira regressou um herói, celebrado por todo o País
Foi brindado, fizeram-lhe discursos, foi honrado, todos o cumprimentaram
Mas ele era apenas um índio Pima, sem água, sem colheitas, sem sorte
E, em casa, ninguém se preocupava com o que Ira tinha feito e o vento fez a dança
índia.
[Refrão]
E Ira começou a beber muito, a cadeia era muitas vezes a sua casa
Deixaram-no levantar a bandeira lá e baixá-la como se atira um osso a um cão.
Morreu bebâdo, cedo, numa manhã, sozinho na terra que tinha lutado para salvar
Dois dedos de água numa cova solitária foi a sepultura para Ira Hayes
[Refrão]
Sim, chamem-no, bebâdo Ira Hayes, mas a sua terra continua tão seca como antes
E o seu fantasma está prostrado na sepultura onde Ira morreu
[Refrão]
Peter LaFarge.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Les mots remplissent tout l'univers/ As palavras preenchem todo o universo.
Les mots remplissent tout l'univers, comme la lumière, mais à la différence de la lumière,
ils n'ont pas d'ombre.
Le refrain fait baisser la température.
C'est tout de même curieux, un objet sans ombre.
Faute d'avoir une ombre, je pensais vaguement que chaque mot à son opposé,
son antonyme. Je pensais trop vaguement: tout les mots n'ont pas d'antonyme.
Un mot qui n'a pas de antonyme me paraît, comme un corps sans ombre, une curieuse anomalie.
La température appartient à un ordre.
Pourtant, il en est bien ainsi.
J'ai tenté de comprendre ce que peut recouvrir cette notion d'antonyme.Jusqu'à
présent,
elle me paraît assez floue.
Homme est antonyme de Femme, et réciproquement, mais Fille et Garçon ne sont pas
antonymes.
D'ailleurs Fils non plus n'a pas de antonyme. Il semble
qu'on ne naisse pas antonyme de l'autre sexe, mais qu'on le devienne
par les opérations de conjugaison.
Contrairement à ce que j’aurais pensé a priori (mais apparemment, j’avais à ce sujet
toutes sortes d’idées fausses) l’antonymie ne fonctionne pas seulement
par couple, loin de là. Chez les antonymes, la polygamie semble
correspondre à la norme, et la monogamie fait figure d’exception. Dans tous les cas,
cependant, existent des systèmes non clos, du type Hier,
Aujourd’hui, Demain. Hier et Demain sont antonymes d’Aujourd’hui, Aujourd’hui
et Demain sont antonymes d’Hier, mais seul Aujourd’hui est antonyme
de Demain. En effet, Hier n’est pas l’antonyme de Demain, le passé
n’étant pas l’exact opposé du futur.
Forme a de nombreux antonymes, dont Fond, et Sujet, qui de leur côté n’ont pas d’antonyme.
De même pour Esprit qui a pour antonyme, entre autres, Lettre,
tandis que Lettre ne dispose d’aucun antonyme. Du moins dans mon dictionnaire.
ils n'ont pas d'ombre.
Le refrain fait baisser la température.
C'est tout de même curieux, un objet sans ombre.
Faute d'avoir une ombre, je pensais vaguement que chaque mot à son opposé,
son antonyme. Je pensais trop vaguement: tout les mots n'ont pas d'antonyme.
Un mot qui n'a pas de antonyme me paraît, comme un corps sans ombre, une curieuse anomalie.
La température appartient à un ordre.
Pourtant, il en est bien ainsi.
J'ai tenté de comprendre ce que peut recouvrir cette notion d'antonyme.Jusqu'à
présent,
elle me paraît assez floue.
Homme est antonyme de Femme, et réciproquement, mais Fille et Garçon ne sont pas
antonymes.
D'ailleurs Fils non plus n'a pas de antonyme. Il semble
qu'on ne naisse pas antonyme de l'autre sexe, mais qu'on le devienne
par les opérations de conjugaison.
Contrairement à ce que j’aurais pensé a priori (mais apparemment, j’avais à ce sujet
toutes sortes d’idées fausses) l’antonymie ne fonctionne pas seulement
par couple, loin de là. Chez les antonymes, la polygamie semble
correspondre à la norme, et la monogamie fait figure d’exception. Dans tous les cas,
cependant, existent des systèmes non clos, du type Hier,
Aujourd’hui, Demain. Hier et Demain sont antonymes d’Aujourd’hui, Aujourd’hui
et Demain sont antonymes d’Hier, mais seul Aujourd’hui est antonyme
de Demain. En effet, Hier n’est pas l’antonyme de Demain, le passé
n’étant pas l’exact opposé du futur.
Forme a de nombreux antonymes, dont Fond, et Sujet, qui de leur côté n’ont pas d’antonyme.
De même pour Esprit qui a pour antonyme, entre autres, Lettre,
tandis que Lettre ne dispose d’aucun antonyme. Du moins dans mon dictionnaire.
Michelle Grangaud.
As palavras preenchem todo o universo, como a luz, mas ao contrário desta,
elas não têm sombra.
O refrão faz baixar a temperatura.
É curioso, um objecto sem sombra.
Por eu não ter sombra, pensei vagamente: nem todas as palavras têm antónimo.
Uma palavra sem antónimo parece-me como um corpo sem sombra, uma curiosa
anomalia.
A temperatura é parte de uma ordem.
Portanto, está bem assim.
Tentei compreender o que significa esta noção de antónimo. Até
agora,
parece-me bastante vaga.
Homem é antónimo de Mulher, e vice-versa, mas Rapariga e Rapaz não são
antónimos.
De facto, Filho não tem igualmente antónimo. Parece
que se nasce sem antónimo do outro sexo, mas que assim se tornam
por processos de conjugação.
Contrariamente ao que pensei anteriormente(mas aparentemente tinha todo o tipo de ideias
erradas sobre isso) o antónimo não funciona só
em casais, longe disso. Com antónimos, a poligamia parece
corresponder à norma e a monogamia é a excepção. Em todo o caso,
existem sistemas não fechados, como Ontem,
Hoje, Amanhã. Ontem e Amanhã são antónimos de Hoje. Hoje
e Amanhã são antónimos de Ontem, mas apenas Hoje é antónimo
de Amanhã. De facto, Ontem não é o antónimo de Amanhã, o Passado
não é o exacto oposto do Futuro.
Forma tem vários antónimos, incluindo Matéria e Sujeito que, por sua vez, não têm
antónimo.
O mesmo para Espírito que tem por antónimo, entre outros, Letra,
enquanto que Letra não tem nenhum antónimo. Pelo menos,
no meu dicionário.
elas não têm sombra.
O refrão faz baixar a temperatura.
É curioso, um objecto sem sombra.
Por eu não ter sombra, pensei vagamente: nem todas as palavras têm antónimo.
Uma palavra sem antónimo parece-me como um corpo sem sombra, uma curiosa
anomalia.
A temperatura é parte de uma ordem.
Portanto, está bem assim.
Tentei compreender o que significa esta noção de antónimo. Até
agora,
parece-me bastante vaga.
Homem é antónimo de Mulher, e vice-versa, mas Rapariga e Rapaz não são
antónimos.
De facto, Filho não tem igualmente antónimo. Parece
que se nasce sem antónimo do outro sexo, mas que assim se tornam
por processos de conjugação.
Contrariamente ao que pensei anteriormente(mas aparentemente tinha todo o tipo de ideias
erradas sobre isso) o antónimo não funciona só
em casais, longe disso. Com antónimos, a poligamia parece
corresponder à norma e a monogamia é a excepção. Em todo o caso,
existem sistemas não fechados, como Ontem,
Hoje, Amanhã. Ontem e Amanhã são antónimos de Hoje. Hoje
e Amanhã são antónimos de Ontem, mas apenas Hoje é antónimo
de Amanhã. De facto, Ontem não é o antónimo de Amanhã, o Passado
não é o exacto oposto do Futuro.
Forma tem vários antónimos, incluindo Matéria e Sujeito que, por sua vez, não têm
antónimo.
O mesmo para Espírito que tem por antónimo, entre outros, Letra,
enquanto que Letra não tem nenhum antónimo. Pelo menos,
no meu dicionário.
Michelle Grangaud.
Não Podes Ter tudo - Barbara Ras
Não Podes Ter tudo
Mas podes ter a figueira e as suas folhas gordas como mãos de palhaço
Enluvadas de verde. Podes ter o toque de um único dedo de alguém de 11 anos
Na tua bochecha, acordando-te à uma da manhã para dizer que o hamster voltou.
Podes ter o ronronar do gato e o olhar cheio de alma
Do cão preto, o olhar que diz, Se eu pudesse morderia
Todas as mágoas até que fugissem, e quando é Agosto
Podes tê-lo, Agosto, e de modo abundante. Podes ter amor,
Embora, frequentemente vá ser misterioso, como a espuma branca
Que borbulha no cimo do pote de feijões em cima do feijão vermelho
Até que te apercebas que o gémeo da espuma é o sangue.
Podes ter a pele no centro entre as pernas de um homem,
Tão sólida, tão como uma boneca. Podes ter a vida da mente
Brilhando ocasionalmente em vestimentas de padre, nunca admitindo mesquinhez,
Nunca se rebaixando para subornar o guarda mal-humorado que te dirá
Que todas as estradas estreitam na fronteira.
Podes falar numa língua estrangeira, ás vezes,
E pode significar algo. Podes visitar a placa no túmulo
Onde o teu pai chorou abertamente. Não podes trazer os mortos de volta,
Mas podes ter as palavras perdoar e esquecer de mão dada
Como se quisessem passar uma vida juntas. E podes estar grata
Pela maquilhagem, a maneira como te beija a face, metade especiaria, metade amnésia, grata
Por Mozart, as suas muitas notas correndo umas contra as outras, de encontro à alegria, por toalhas
Sugando as gotas na tua pele limpa, e por sedes profundas,
Pelo maracujá, pela saliva. Podes ter o sonho,
O sonho do Egipto, os cavalos do Egipto e tu a cavalgares na areia quente.
Podes ter o teu avô sentado na beira da tua cama,
Ao menos por um bocado, podes ter as nuvens e as cartas, o saltar
De distâncias, e comida Indiana com molho amarelo como o nascer do sol.
Não podes contar com a sorte para te escolher do meio da multidão
Mas aqui está a tua amiga para te ensinar como saltar alto,
Como te atirares sobre a barra, de costas,
Até que aprendas sobre o amor, sobre a doce rendição,
E aqui estão pervincas, autocarros que se ajoelham, campos na mente
Tão reais como África. E quando a idade adulta te falhar,
Ainda podes mandar regressar a memória do cisne preto no lago
Da tua infância, o pão de centeio com manteiga de amendoim e bananas
Que a tua avó te dava enquanto o resto da família dormia.
Há uma voz que podes mandar voltar quando quiseres, como a da tua mãe,
Irá sempre sussurrar, não podes ter tudo,
Mas há isto.
Mas podes ter a figueira e as suas folhas gordas como mãos de palhaço
Enluvadas de verde. Podes ter o toque de um único dedo de alguém de 11 anos
Na tua bochecha, acordando-te à uma da manhã para dizer que o hamster voltou.
Podes ter o ronronar do gato e o olhar cheio de alma
Do cão preto, o olhar que diz, Se eu pudesse morderia
Todas as mágoas até que fugissem, e quando é Agosto
Podes tê-lo, Agosto, e de modo abundante. Podes ter amor,
Embora, frequentemente vá ser misterioso, como a espuma branca
Que borbulha no cimo do pote de feijões em cima do feijão vermelho
Até que te apercebas que o gémeo da espuma é o sangue.
Podes ter a pele no centro entre as pernas de um homem,
Tão sólida, tão como uma boneca. Podes ter a vida da mente
Brilhando ocasionalmente em vestimentas de padre, nunca admitindo mesquinhez,
Nunca se rebaixando para subornar o guarda mal-humorado que te dirá
Que todas as estradas estreitam na fronteira.
Podes falar numa língua estrangeira, ás vezes,
E pode significar algo. Podes visitar a placa no túmulo
Onde o teu pai chorou abertamente. Não podes trazer os mortos de volta,
Mas podes ter as palavras perdoar e esquecer de mão dada
Como se quisessem passar uma vida juntas. E podes estar grata
Pela maquilhagem, a maneira como te beija a face, metade especiaria, metade amnésia, grata
Por Mozart, as suas muitas notas correndo umas contra as outras, de encontro à alegria, por toalhas
Sugando as gotas na tua pele limpa, e por sedes profundas,
Pelo maracujá, pela saliva. Podes ter o sonho,
O sonho do Egipto, os cavalos do Egipto e tu a cavalgares na areia quente.
Podes ter o teu avô sentado na beira da tua cama,
Ao menos por um bocado, podes ter as nuvens e as cartas, o saltar
De distâncias, e comida Indiana com molho amarelo como o nascer do sol.
Não podes contar com a sorte para te escolher do meio da multidão
Mas aqui está a tua amiga para te ensinar como saltar alto,
Como te atirares sobre a barra, de costas,
Até que aprendas sobre o amor, sobre a doce rendição,
E aqui estão pervincas, autocarros que se ajoelham, campos na mente
Tão reais como África. E quando a idade adulta te falhar,
Ainda podes mandar regressar a memória do cisne preto no lago
Da tua infância, o pão de centeio com manteiga de amendoim e bananas
Que a tua avó te dava enquanto o resto da família dormia.
Há uma voz que podes mandar voltar quando quiseres, como a da tua mãe,
Irá sempre sussurrar, não podes ter tudo,
Mas há isto.
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